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Checkup cardiológico

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 1.     Considerações

 

    Nas últimas décadas têm-se observado cada vez mais o aumento da morbimortalidade por doenças cardiovasculares em todo o mundo, e o Brasil tem seguido o mesmo modelo globalizado de agravo à saúde da sua população.

    Classicamente até a idade de 50 anos os homens eram os mais acometidos de doenças cardíacas, e após essa idade as mulheres se aproximavam da prevalência masculina.

    Com as mudanças socioeconômicas da sociedade atual, com as mulheres fazendo parte do mercado de trabalho em condições de igualdade com os homens e expondo-se às mesmas situações de estresse, aliado ao estilo de vida moderna de sedentarismo e demais hábitos não saudáveis, as doenças cardiovasculares têm aparecido cada vez mais precocemente para ambos os sexos.

    O infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral são, de uma forma geral, o resultado um processo conhecido como aterosclerose (acúmulo lento e progressivo de gordura na parede dos vasos sanguíneos em um processo inflamatório multifatorial). Processo esse que pode ser iniciado já nos primeiros anos de vida e que é influenciado diretamente pelos nossos hábitos. Tais hábitos de vida, associados à predisposição genética (familiar), o sexo e a idade, são o que chamamos de“fatores de risco”, sendo alguns deles não modificáveis (como a idade, o sexo e a genética) e outros passíveis de serem alterados: como a obesidade, o sedentarismo, o tabagismo, a dislipidemia (que é a elevação do colesterol ruim  e redução do colesterol bom), a hipertensão arterial sistêmica e o Diabetes mellitus.

    Justamente para identificar os fatores de risco para as doenças cardiovasculares surgiu a ideia de “checkup cardiológico”, que tem o objetivo de identificar e quantificar o risco que uma pessoa tem de desenvolver tais doenças e, partir daí, dar condições ao médico cardiologista assistente para planejar uma intervenção medicamentosa e/ou de hábitos de vida das pessoas sob maior ou menor risco.

 

 2.     Quando fazer um checkup?

    A recomendação é que a partir dos 35 anos de idade homens e mulheres já façam um checkup cardiológico, mas a partir dos 20 anos já é importante que todos tenham pelo menos uma avaliação preliminar à procura de hipertensão arterial, Diabetes e alterações do colesterol (doenças com um grande perfil silencioso, podendo ficar sem diagnóstico e tratamento por anos, até que complicações apareçam).

    Quanto mais precocemente os fatores derisco forem identificados maiores são as chances de tratamento e prevençãode futuras doenças cardiovasculares.

 

 3.     De quanto em quanto tempo deve-se fazer um checkup?

 

    O recomendável é que o checkup seja anual para que qualquer nova alteração ou evolução de uma doença prévia ou fator de risco possa ser logo identificado e corrigido.

    Estar assintomático (sem nenhum sintoma) não significa estar saudável do ponto de vista cardiológico, uma vez que grande parte dos agravos ao coração (fatores de risco) e mesmo cardiopatias em evolução podem permanecer assintomáticas e despercebidas por longos períodos.

    A depender dos problemas encontrados e sua gravidade o checkup pode, inclusive, ser recomendável ser realizado com periodicidade inferior a 1 ano, o que será decidido por seu cardiologista.

 

 4.     Conclusões

 

    Para manter-se saudável e prevenir o aparecimento de doenças cardiovasculares devemos ter em mente algumas condutas a serem tomadas:

    Crie hábitos de vida saudáveis:

    A)   Tenha uma boa alimentação evitando o consumo exagerado de sal, gorduras saturadas e comidas industrializadas. Reduza a quantidade de carne vermelha e dê preferência à carne branca. Coma verduras e frutas.

    B)   Faça atividade física aeróbica: idealmente 5 vezes por semana, pelo menos com 30 minutos de duração. Caminhada, corrida, pedalada, natação...

    C)   Combata o estresse. Tenha como objetivo uma boa qualidade de vida .

    D)   Consulte seu médico cardiologista de confiança e faça um checkup periódico.

Autor

Dr Eduardo Maximiano Emerick

Dr Eduardo Maximiano Emerick

Eletrofisiologia Clínica Invasiva, Cardiologista

Especialização em Residência Médica em Arritmologia no(a) Hbdf - Hospital de Base do Distrito Federal- Brasília - Df.